segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Política e Ilusão

Acho um absurdo o péssimo hábito que nós brasileiros temos de dividir competições entre campeões e fracassados. E pior, retratá-las assim num cenário tão delicado quanto à política.
Este é o cenário político de SP; é assim que de maneira geral analisamos o produto da apuração de votos.
De um lado temos “o fracassado” candidato José Serra com 45% dos votos e de outro “o vitorioso” Fernando Haddad,
com uma aprovação de 55% dos votos válidos. Entenderam? VOTOS VÁLIDOS!
Isso é uma coisa que sinceramente não me entra na cabeça. Conseguimos enxergar os números: 55 e 45. Isto é o que realmente importa, correto? O campeão e o fracassado.
Não quero levantar bandeira a favor de ninguém. Pra ser sincera sou uma brasileira muito da insatisfeita com a hipocrisia, a falta de caráter partidário e o jogo de interesses que rola nos bastidores de uma campanha.
Temos 32 % entre abstenções, votos brancos e nulos, que avaliados pela concepção de sei lá quem inventou o termo: voto perdido. Afinal, se não é válido só pode ser inválido. Correto?
Desculpa a ignorância se for o caso, mas acho que mesmo que o voto nulo não tenha poder constitucional, ele deveria indicar algo muito sério. Parece que o termo nulidade já vem embutido com a ideia (na minha visão equivocada) de passividade. Acho que diferente da avaliação do senso comum o voto nulo deveria ser uma indicativa de que algo está muito errado, de que tem um povo que está e muito insatisfeito e que ambos: Serra e Haddad tem um grande índice de rejeição!
Tem muita gente indignada e muita gente comemorando vitória. Parece que acabamos de assistir a final de um jogo de futebol. Vejo vitória e fracassado, vejo amarga rivalidade de opinião. Eu acho que com a política deveria ser difererente. Estamos falando do futuro de uma nação.
 
j.z

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